segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Modus Operandi


Eu já estava com saudades. Nunca mais a mídia havia falado em um caso de corrupção de grandes proporções no Brasil. No máximo, um prefeitozinho extorquindo dinheiro de populares para construir uma pracinha aqui, outra acolá. Enfim, coisa pouca. Mas eis que o mensalinho do Distrito Federal veio à tona, fidelíssimo à sua versão nacional. Com direito, inclusive, a esconde-esconde de dinheiro nas vestes. Leonardo Prudente, presidente da Câmara Distrital do DF, preferiu como esconderijo dos maços as próprias meias. O episódio me fez lembrar o saudoso Pedro Alelaf que, reza a lenda futebolística piauiense, escondia a maior parte do dinheiro das rendas dos jogos do Parnahyba, clube do qual era presidente, nas meias. E, quando seu time ganhava, corria para não ser carregado pelos torcedores, temendo uma derrama e um flagrante. O que mais me enoja nos políticos brasileiros é o modus operandi. Entendo que até para ser ladrão o cara tem de ser profissional. Esconder grana em cueca, em meias, além de não ser higiênico, é muito cafona e amadorístico. Roubo que se preza tem de ser como ao do Banco Central de Fortaleza. Com túneis cinematográficos, logística perfeita, sigilo absoluto. Os políticos do Brasil, apesar dos anos de estágio, ainda não aprenderam a arte de pegar no alheio. Será arte?

Um comentário:

katya disse...

Devo confessar que na hora que vi o post imaginei uma certa bundinha nessa cuequinha com estampa de dinheiro...kkkk
"Brasil meu brasil barsileiro"...