quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Calado, e Ainda Errado


Ser politicamente correto virou mais que uma obrigação: virou charme. Intelectuais, políticos e até conquistadores baratos vêm usando de tiradas ambientais, raciais, preservacionistas para engabelar suas vítimas. E vem colando. Outro dia vi um bebum, no Chamegão do Forró, querendo impressionar uma sirigaita dizendo que só come alface. E orgânico. O falatório é tanto que vira uma espécie de dogma. E a mídia dá a sua colaboração para institucionalizar a nova ditadura comportamental. São novelas, personagens, produtos, atitudes que têm a ver com o novo mote. E ai de quem sair da linha. Ontem mesmo fiquei numa sinuca de bico. Meu assessorado Fábio Novo, sem a menor maldade muito menos preconceito – quem o conhece sabe que ele rechaça toda espécie deles – disse, na imprensa, que votar em Heráclito Fortes era voltar a um passado negro. Pronto. O céu desabou sobre nossas cabeças. Alguém que defende direitos humanos, mesmo sem eles serem agredidos, ligou, enfurecido, pra mim: “Olhe, diga a seu deputado que não se usa mais essa expressão!”. Eu retruquei: “Mas, querida, ele não quis macular ninguém. É um eminente defensor dos desvalidos, dos perseguidos, das minorias...”. E lá vem a voz de trovão, de novo: “Minorias? Olha, não se usa esse termo também, viu? É politicamente incorreto, é preconceituoso, é...”. Desliguei. Sei lá o que minha não-intenção diria da próxima.

Um comentário:

Calmaria disse...

os comentários que fazemos nesta hora pioram com o passar do tempo...
amigo....estes são os ossos do ofício mesmo...e as pessoas, ingnorantes ao extremo, às vezes, se fingem de doidas, burras...nam...é triste...